terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O ENSINO ESCOLAR DE ANTIGAMENTE

      Postarei logo abaixo um relato escrito por Claucídia Vasconcelos de como se constituía o ensino em nosso município na década de 1920. É uma bela descrição do modo como se lecionava e se dava o aprendizado, do conteúdo ensinado, e como era o ambiente da sala de aula.

      Na década de 1920, Carminha Vasconcelos já era professora particular. Na sala havia uma mesa, uma palmatória, e bancos de 2 metros de comprimento, formados por duas tábuas de madeira e duas em cada ponta servindo de pernas. Os meninos ficavam de um lado e as meninas do outro. Não havia quadro negro. A mesa ficava no centro, no canto um caneco e um pote com água.
As crianças começavam lendo a carta do A-B-C. Primeiro, aprendiam o alfabeto maiúsculo, depois, o minúsculo, em seguida as primeiras sílabas, soletrando as palavras de uma, duas e três e mais sílabas. Aprendido a soletrar, era obrigado a ler a lição do dia. Se não soubesse, ficava preso(a) de castigo até aprender.
Na quarta-feira e sábado havia argumento conforme as classes. A professora sentava-se e as crianças do A-B-C faziam uma roda em volta dela, e esta perguntava ao primeiro aluno, apontando com um lápis: Que letra é esta? Se não errasse, perguntava outra letra ao segundo e daí por diante. Ao aluno que não errava era dado o direito a dar um bolo com o uso da palmatória na mão de cada um que errou. Isso durava de quinze a vinte minutos.
Depois vinham as turmas do 1°, 2°, 3° e 4° Livros, em seguida, perguntas do Catecismo, Tabuada de somar, diminuir, dividir e multiplicar. Os mais adiantados estudavam cantando os algarismos Romanos, e o dinheiro da época: O Vintém, o Tostão, a Pataca...
Nestes dias não havia estudo das lições de carta A-B-C nem de livro, era recordação do que foi estudado nos outros dias.
Alunos mais inteligentes e com mais idade escreviam Exercício de Ditado. Faziam apostas de casal: a professora colocava as Escritas Caligrafia e Ortografia. A quem tivesse a melhor letra e escrita era dado o direito de dar um bolo no outro. O papel existente para escrita era somente almaço, dobrado em oito partes. Essa educação perdurou até a década de 1940.

3 comentários:

  1. que bom!,graças a Deus que hoje em dia não é mais assim! aff ngm merece,ashuashuashua hoje em dia , tem escola que a educação tá ruiim até demais ! e ainda tem gente que gosta de não estudar..!

    ResponderExcluir
  2. quanta diferença pros dias de hoje. mesmo assim, muita coisa boa ficou na memória do povo. é bom saber como as coisas eram pra comprarar com hoje.

    ResponderExcluir
  3. Verdade. Minha mãe foi professora durante 25 anos e relata coisas bastante parecidas. Gostaria apenas de ressaltar que apesar das limitações e metodologias antiquadas daquela época, nem tudo é negativo. Se aprendia pouco, mas o que se aprendia era pra valer, conteúdos fixados pro resto da vida. Outra coisa que admiro na educação daquela época era a caligrafia. Ainda hoje encontramos pessoas daquele tempo que sabe apenas assinar o próprio nome mas o faz com uma caligrafia de dar inveja em muitos pós-graduados de hoje.

    ResponderExcluir